"Oculta em nosso subconsciente há uma visão idílica. Nós nos vemos numa longa viagem de trem. Pela janela desfilam as cenas - carros passando nas rodovias próximas, crianças acenando num cruzamento, o gado pastando numa colina distante, a fumaça sendo expelida pela chaminé de uma fábrica, infindáveis plantações de milho e trigo, montanhas, planícies e vales, o perfil dos centros urbanos contra o céu.
Mas nossas mentes estão preocupadas com o destino final. Pensamos que num certo dia, a certa hora, entraremos na estação. Haverá banda de música e bandeiras acenando. Quando chegarmos lá, sonhos maravilhosos se tornarão realidade e as peças de nossas vidas se arrumarão como num quebra-cabeça. Inquietos, caminhamos maldizendo a lentidão dos minutos - esperando, esperando, esperando a chegada da estação.
'Quando chegarmos à estação é que vai ser bom!', exclamamos. 'Quando eu fizer 18 anos.' 'Quando eu comprar meu Mercedes Benz!' 'Quando eu puser meu último filho na universidade.' 'Quando eu for promovido.' 'Quando eu me aposentar, serei feliz para o resto da vida!'
Cedo ou tarde percebemos que não existe nenhuma estação, nenhum lugar aonde chegar de uma vez por todas e para sempre. O verdadeiro prazer da vida é a viagem. A estação não passa de uma ilusão. Ela sempre se afasta de nós."
(Robert Hastings, 'A estação')
sexta-feira, setembro 07, 2007
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