Desde que iniciei as minhas viagens de barco, em 1984 – quando fiz a primeira travessia solitária do Atlântico sul a remo, indo da costa da África até a do Brasil –, eu nunca me senti só durante a navegação, sempre estive ocupado. Esse não é um mundo para quem é frágil emocionalmente. O cara que não basta a si mesmo não tem competência para a navegação solitária simplesmente porque não dá muito tempo de sofrer de saudades da família ou da namorada.
Minha viagem mais longa foi de 642 dias, no continente antártico e uma escala no ártico, entre 1990 e 1991. Para uma expedição como essa é preciso ter uma máquina que você conheça profundamente e ela tem que ser formidável. É uma demanda extrema em cima de um indivíduo que precisa ter muito autocontrole e equilíbrio. O navegador solitário não dispõe de muito tempo para ficar filosofando. Ele se envolve tecnicamente com a empreitada. É a mesma reflexão de um cara pilotando um carro de Fórmula 1: você tem que cuidar da estratégia, ficar de olho na meteorologia e prestar atenção no seu equipamento.
Qualquer um sabe velejar ou aprende, mas na navegação solitária é necessário ter competência técnica aliada à psicológica. O preparo não é só o desprendimento para se atirar sozinho três meses no mar. É preciso ter controle emocional e habilidade técnica para consertar aquilo que quebra. O navegador depende do seu próprio conhecimento e das próprias habilidades para sobreviver. O exercício de ficar sozinho é muito intenso, nesse caso, porque a embarcação demanda de você o tempo todo.
Quando você controla sozinho uma máquina, está cuidando da sua vida. A pressão é pelos problemas que acontecem pelo caminho. É cuidar para que nada quebre e, se quebrar, para saber consertar. Se a vela está com uma vibração, você nem consegue dormir de tanta preocupação. É uma navegação que treina você a ter controle em meio ao caos. Ao fim de uma jornada como essa, a sensação é magnífica. Sinto um alívio imenso. Mas é uma pressão que vicia: não demora muito e logo vem a vontade de sentir aquela adrenalina de novo.
(Amyr Klink, navegador, aventureiro, escritor)
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terça-feira, novembro 26, 2013
Lições para 'o caminho' [Km 260]
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sábado, outubro 13, 2012
Lições para 'o caminho' [Km 254]
Abaixo, trecho da entrevista que o psicanalista inglês, Adam Phillips, concedeu à revista Veja, na edição 1793, de março de 2003:
Por que o número de cirurgias plásticas e implantes de silicone não pára de aumentar?
Phillips – Hoje as pessoas têm mais medo de morrer do que no passado. Há uma preocupação desmedida com o envelhecimento, com acidentes e doenças. É como se o mundo pudesse existir sem essas coisas. Há uma enorme sensação de invisibilidade. Todo mundo acha que ficou de fora de algo, mas não sabe do que exatamente. É como se sempre houvesse uma festa imperdível em algum lugar e ninguém conseguisse encontrar o local. A obsessão por beleza reflete a necessidade de ser amado e aceito.
Essa necessidade é maior hoje do que era no passado?
Phillips – Na cultura atual, parece que há apenas dez pessoas que realmente estão vivendo. São as celebridades. O resto encontra-se num nível bem mais baixo. Isso tudo é um absurdo sem tamanho. A idéia de uma vida boa foi substituída pela de uma vida a ser invejada. Esse estado de coisas deixa muita gente enfurecida e infeliz.
Por que mulheres e homens parecem totalmente obcecados por dietas de emagrecimento e exercícios?
Phillips – É uma nova versão do que Freud chamou de histeria. Mas, desde que ele escreveu sobre o assunto, as coisas pioraram. Todos devem estar se sentindo muito enfermos e vulneráveis para se preocupar de forma tão doentia com a saúde. O sexo é outro assunto preocupante. Hoje todo mundo fala de sexo, mas ninguém diz nada interessante. É uma conversa estereotipada atrás da outra. Vemos exageros até com crianças, que aprendem danças sensuais e são expostas ao assunto muito cedo. Estamos cada vez mais infelizes e desesperados com o estilo de vida que levamos.
Isso tem relação com o número de casos de depressão?
Phillips – Muitas pessoas conseguem suportar o mundo contemporâneo apenas num estado de depressão. Se não estivessem assim, ficariam enfurecidas e tentariam mudar o mundo. Hoje trabalhamos e produzimos numa velocidade que impede a reflexão sobre o significado de nossa vida. Estamos hipnotizados. Vivemos em sociedades em que é mais importante ser rico do que ter amigos íntimos, mais importante ser famoso do que amar. Isso é enlouquecedor. Estamos todos muito sós e famintos de contatos eróticos que sejam genuinamente criativos.
O que é depressão?
Phillips – Para muita gente, é melhor estar quase morto que totalmente vibrante diante de uma situação difícil. A depressão funciona como um escudo para evitar situações conflituosas. Esse tipo de comportamento certamente aumentou. Dito isso, sofremos de outro tipo de problema. É a indústria do diagnóstico. Nos consultórios, qualquer tristeza é chamada de depressão.
Muitas crianças têm agenda lotada de compromissos. Há tempo para ser criança no mundo atual?
Phillips – Com certeza, não. As crianças entram na corrida pelo sucesso muito cedo e ficam sem tempo para sonhar. Há grande ansiedade da parte dos pais em relação ao futuro. Essa pressão está literalmente enlouquecendo muitas crianças. A decisão sobre a profissão está acontecendo cada vez mais cedo. No século XIV, se as pessoas fossem perguntadas sobre o que queriam da vida, diriam que buscavam a salvação divina. Hoje a resposta é: "ser rico e famoso". Existe uma espécie de culto que faz com que as pessoas não consigam enxergar o que realmente querem da vida.
Do ponto de vista dos pais, não é legítimo o desejo de sucesso e riqueza para os filhos?
Phillips – Claro. Não acho que as crianças deveriam ser educadas para se tornar revolucionárias. Mas é possível melhorar o que temos. Os pais devem ter como objetivo garantir o futuro de seus filhos e, ao mesmo tempo, deixá-los mais à vontade, com mais tempo e espaço para ser menos focados, menos objetivos. Adiar as decisões sobre o futuro, dar tempo ao tempo.
O senhor consegue atingir esse equilíbrio com sua filha de 8 anos?
Phillips – Acho que sim. Não fico tentando entender tudo que minha filha faz e diz. Estou mais preocupado em que se divirta. Não acredito num planejamento milimétrico para o futuro de uma criança, como se tudo pudesse ser programado.
Há alguns anos se fala da necessidade de dar limites aos filhos. Por que os pais acham essa tarefa tão difícil?
Phillips – É assim porque os pais não acreditam nos limites. É preciso acreditar neles para que funcionem. A cultura em que vivemos não facilita esse trabalho. Os pais criam limites que a cultura não sanciona. Por exemplo: alguns pais tentam controlar a dieta dos filhos dizendo que é mais saudável comer verduras do que salgadinhos enquanto as propagandas dão a mensagem diametralmente oposta. O mesmo pode ser dito em relação ao comportamento sexual dos adolescentes. Muitos pais procuram argumentar que é necessário ter um comportamento responsável enquanto a mídia diz que não há limites.
Como os pais podem resolver esse problema?
Phillips – Resolver o problema é algo muito ambicioso. O que podemos fazer é instruir as crianças a interpretar a cultura em que vivemos. O que está a nosso alcance é ensiná-los a ser críticos. Mostrar que as propagandas não são ordens e devem ser analisadas. Será que realmente precisamos de tal coisa? Será que é a melhor opção? Será que tal comportamento é o melhor? Outro problema é a incapacidade dos adultos de ser adultos. Os pais também devem aprender a ser odiados pelos filhos em algumas ocasiões. Muitas pessoas têm filhos porque acham que o nascimento deles é uma garantia de que serão amados de forma incondicional e eterna. Por isso, têm receio do ódio e da desaprovação deles. Tratam crianças como se fossem adultos. Uma coisa precisa ficar clara de uma vez por todas: embora reclamem, as crianças dependem do controle dos adultos. Quando não têm esse controle, sentem-se completamente poderosas, mas ao mesmo tempo perdidas. Hoje há muitos pais com medo dos próprios filhos.
Os remédios e as terapias alternativas estão acabando com a psicanálise?
Phillips – A psicanálise está apenas começando. A experiência de ser ouvido é muito poderosa. Definitivamente, tem efeito benéfico. É verdade que num mundo ideal ninguém precisaria de analista. O diálogo com os amigos daria conta do recado. O problema é que não temos a coragem de contar certas coisas aos amigos. Outras podemos até contar, mas os amigos não sabem como ajudar.
Os amigos, pelo menos, não cobram uma exorbitância para ouvir, não é verdade?
Phillips – Essa crítica é totalmente válida. Ninguém deveria escolher a profissão de psicanalista para enriquecer. Os preços das sessões deveriam ser baixos e o serviço, acessível. Deve-se desconfiar de analistas caros. A psicanálise não pode ser medida pelo padrão consumista, do tipo "se um produto é caro, então é bom". Todos precisam de um espaço para falar e refletir sobre sua vida.
Por que o número de cirurgias plásticas e implantes de silicone não pára de aumentar?
Phillips – Hoje as pessoas têm mais medo de morrer do que no passado. Há uma preocupação desmedida com o envelhecimento, com acidentes e doenças. É como se o mundo pudesse existir sem essas coisas. Há uma enorme sensação de invisibilidade. Todo mundo acha que ficou de fora de algo, mas não sabe do que exatamente. É como se sempre houvesse uma festa imperdível em algum lugar e ninguém conseguisse encontrar o local. A obsessão por beleza reflete a necessidade de ser amado e aceito.
Essa necessidade é maior hoje do que era no passado?
Phillips – Na cultura atual, parece que há apenas dez pessoas que realmente estão vivendo. São as celebridades. O resto encontra-se num nível bem mais baixo. Isso tudo é um absurdo sem tamanho. A idéia de uma vida boa foi substituída pela de uma vida a ser invejada. Esse estado de coisas deixa muita gente enfurecida e infeliz.
Por que mulheres e homens parecem totalmente obcecados por dietas de emagrecimento e exercícios?
Phillips – É uma nova versão do que Freud chamou de histeria. Mas, desde que ele escreveu sobre o assunto, as coisas pioraram. Todos devem estar se sentindo muito enfermos e vulneráveis para se preocupar de forma tão doentia com a saúde. O sexo é outro assunto preocupante. Hoje todo mundo fala de sexo, mas ninguém diz nada interessante. É uma conversa estereotipada atrás da outra. Vemos exageros até com crianças, que aprendem danças sensuais e são expostas ao assunto muito cedo. Estamos cada vez mais infelizes e desesperados com o estilo de vida que levamos.
Isso tem relação com o número de casos de depressão?
Phillips – Muitas pessoas conseguem suportar o mundo contemporâneo apenas num estado de depressão. Se não estivessem assim, ficariam enfurecidas e tentariam mudar o mundo. Hoje trabalhamos e produzimos numa velocidade que impede a reflexão sobre o significado de nossa vida. Estamos hipnotizados. Vivemos em sociedades em que é mais importante ser rico do que ter amigos íntimos, mais importante ser famoso do que amar. Isso é enlouquecedor. Estamos todos muito sós e famintos de contatos eróticos que sejam genuinamente criativos.
O que é depressão?
Phillips – Para muita gente, é melhor estar quase morto que totalmente vibrante diante de uma situação difícil. A depressão funciona como um escudo para evitar situações conflituosas. Esse tipo de comportamento certamente aumentou. Dito isso, sofremos de outro tipo de problema. É a indústria do diagnóstico. Nos consultórios, qualquer tristeza é chamada de depressão.
Muitas crianças têm agenda lotada de compromissos. Há tempo para ser criança no mundo atual?
Phillips – Com certeza, não. As crianças entram na corrida pelo sucesso muito cedo e ficam sem tempo para sonhar. Há grande ansiedade da parte dos pais em relação ao futuro. Essa pressão está literalmente enlouquecendo muitas crianças. A decisão sobre a profissão está acontecendo cada vez mais cedo. No século XIV, se as pessoas fossem perguntadas sobre o que queriam da vida, diriam que buscavam a salvação divina. Hoje a resposta é: "ser rico e famoso". Existe uma espécie de culto que faz com que as pessoas não consigam enxergar o que realmente querem da vida.
Do ponto de vista dos pais, não é legítimo o desejo de sucesso e riqueza para os filhos?
Phillips – Claro. Não acho que as crianças deveriam ser educadas para se tornar revolucionárias. Mas é possível melhorar o que temos. Os pais devem ter como objetivo garantir o futuro de seus filhos e, ao mesmo tempo, deixá-los mais à vontade, com mais tempo e espaço para ser menos focados, menos objetivos. Adiar as decisões sobre o futuro, dar tempo ao tempo.
O senhor consegue atingir esse equilíbrio com sua filha de 8 anos?
Phillips – Acho que sim. Não fico tentando entender tudo que minha filha faz e diz. Estou mais preocupado em que se divirta. Não acredito num planejamento milimétrico para o futuro de uma criança, como se tudo pudesse ser programado.
Há alguns anos se fala da necessidade de dar limites aos filhos. Por que os pais acham essa tarefa tão difícil?
Phillips – É assim porque os pais não acreditam nos limites. É preciso acreditar neles para que funcionem. A cultura em que vivemos não facilita esse trabalho. Os pais criam limites que a cultura não sanciona. Por exemplo: alguns pais tentam controlar a dieta dos filhos dizendo que é mais saudável comer verduras do que salgadinhos enquanto as propagandas dão a mensagem diametralmente oposta. O mesmo pode ser dito em relação ao comportamento sexual dos adolescentes. Muitos pais procuram argumentar que é necessário ter um comportamento responsável enquanto a mídia diz que não há limites.
Como os pais podem resolver esse problema?
Phillips – Resolver o problema é algo muito ambicioso. O que podemos fazer é instruir as crianças a interpretar a cultura em que vivemos. O que está a nosso alcance é ensiná-los a ser críticos. Mostrar que as propagandas não são ordens e devem ser analisadas. Será que realmente precisamos de tal coisa? Será que é a melhor opção? Será que tal comportamento é o melhor? Outro problema é a incapacidade dos adultos de ser adultos. Os pais também devem aprender a ser odiados pelos filhos em algumas ocasiões. Muitas pessoas têm filhos porque acham que o nascimento deles é uma garantia de que serão amados de forma incondicional e eterna. Por isso, têm receio do ódio e da desaprovação deles. Tratam crianças como se fossem adultos. Uma coisa precisa ficar clara de uma vez por todas: embora reclamem, as crianças dependem do controle dos adultos. Quando não têm esse controle, sentem-se completamente poderosas, mas ao mesmo tempo perdidas. Hoje há muitos pais com medo dos próprios filhos.
Os remédios e as terapias alternativas estão acabando com a psicanálise?
Phillips – A psicanálise está apenas começando. A experiência de ser ouvido é muito poderosa. Definitivamente, tem efeito benéfico. É verdade que num mundo ideal ninguém precisaria de analista. O diálogo com os amigos daria conta do recado. O problema é que não temos a coragem de contar certas coisas aos amigos. Outras podemos até contar, mas os amigos não sabem como ajudar.
Os amigos, pelo menos, não cobram uma exorbitância para ouvir, não é verdade?
Phillips – Essa crítica é totalmente válida. Ninguém deveria escolher a profissão de psicanalista para enriquecer. Os preços das sessões deveriam ser baixos e o serviço, acessível. Deve-se desconfiar de analistas caros. A psicanálise não pode ser medida pelo padrão consumista, do tipo "se um produto é caro, então é bom". Todos precisam de um espaço para falar e refletir sobre sua vida.
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terça-feira, abril 06, 2010
Lições para 'o caminho' [Km 243]
Moisés divide as águas
- Às vezes a gente se acostuma com o que vê nos filmes, e termina esquecendo a verdadeira história - diz um amigo, enquanto olhamos juntos o porto de Miami.
- Lembra-se dos Dez Mandamentos?
- Claro que me lembro. Moisés – Charton Heston – em determinado momento levanta seu bastão, as águas se dividem, e o povo hebreu atravessa a grande água.
- Na Bíblia é diferente - comenta meu amigo.
- Ali, Deus ordena a Moisés: "diz aos filhos de Israel que marchem". E só depois que começam a andar é que Moisés levanta o bastão, e o Mar Vermelho se abre.
"Só a coragem no caminho faz com que o caminho se manifeste".
Artistas da vida
Preciso viver todas as graças que Deus me deu hoje. A graça não pode ser economizada. Não existe um banco onde depositamos as graças recebidas, para utilizá-las de acordo com nossa vontade. Se eu não usufruir destas bênçãos, vou perdê-las irremediavelmente.
Deus sabe que somos artistas da vida. Um dia nos dá formão para esculturas, outro dia pincéis e tela, outro dia nos dá uma pena para escrever. Mas jamais conseguiremos usar formão em telas, ou penas em esculturas. A cada dia, o seu milagre. Preciso aceitar as bênçãos de hoje, para criar o que tenho; se fizer isso com desapêgo e sem culpa, amanhã receberei mais.
Junho 2001
A vida é como uma grande corrida de bicicleta - cuja meta é cumprir a lenda Pessoal.
Na largada, estamos juntos - compartilhando camaradagem e entusiasmo. Mas, à medida que a corrida se desenvolve, a alegria inicial cede lugar aos verdadeiros desafios: o cansaço, a monotonia, as dúvidas sobre a própria capacidade.
Reparamos que alguns amigos desistiram do desafio - ainda estão correndo, mas apenas por que não podem parar no meio de uma estrada; eles são numerosos, pedalam ao lado do carro de apoio, conversam entre si, e cumprem uma obrigação.
Terminamos por nos distanciar deles; e então somos obrigados a enfrentar a solidão, as surpresas com as curvas desconhecidas, os problemas com a bicicleta. E, ao cabo de algum tempo, começamos a nos perguntar se vale a pena tanto esforço.
Sim, vale a pena. É só não desistir.
Copyright © 2010 by Warrior of the light Todos os direitos reservados. All rights reserved.
- Às vezes a gente se acostuma com o que vê nos filmes, e termina esquecendo a verdadeira história - diz um amigo, enquanto olhamos juntos o porto de Miami.
- Lembra-se dos Dez Mandamentos?
- Claro que me lembro. Moisés – Charton Heston – em determinado momento levanta seu bastão, as águas se dividem, e o povo hebreu atravessa a grande água.
- Na Bíblia é diferente - comenta meu amigo.
- Ali, Deus ordena a Moisés: "diz aos filhos de Israel que marchem". E só depois que começam a andar é que Moisés levanta o bastão, e o Mar Vermelho se abre.
"Só a coragem no caminho faz com que o caminho se manifeste".
Artistas da vida
Preciso viver todas as graças que Deus me deu hoje. A graça não pode ser economizada. Não existe um banco onde depositamos as graças recebidas, para utilizá-las de acordo com nossa vontade. Se eu não usufruir destas bênçãos, vou perdê-las irremediavelmente.
Deus sabe que somos artistas da vida. Um dia nos dá formão para esculturas, outro dia pincéis e tela, outro dia nos dá uma pena para escrever. Mas jamais conseguiremos usar formão em telas, ou penas em esculturas. A cada dia, o seu milagre. Preciso aceitar as bênçãos de hoje, para criar o que tenho; se fizer isso com desapêgo e sem culpa, amanhã receberei mais.
Junho 2001
A vida é como uma grande corrida de bicicleta - cuja meta é cumprir a lenda Pessoal.
Na largada, estamos juntos - compartilhando camaradagem e entusiasmo. Mas, à medida que a corrida se desenvolve, a alegria inicial cede lugar aos verdadeiros desafios: o cansaço, a monotonia, as dúvidas sobre a própria capacidade.
Reparamos que alguns amigos desistiram do desafio - ainda estão correndo, mas apenas por que não podem parar no meio de uma estrada; eles são numerosos, pedalam ao lado do carro de apoio, conversam entre si, e cumprem uma obrigação.
Terminamos por nos distanciar deles; e então somos obrigados a enfrentar a solidão, as surpresas com as curvas desconhecidas, os problemas com a bicicleta. E, ao cabo de algum tempo, começamos a nos perguntar se vale a pena tanto esforço.
Sim, vale a pena. É só não desistir.
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sábado, setembro 26, 2009
Lições para 'o caminho' [Km 221]
"No início da nossa vida e de novo quando envelhecemos, precisamos da ajuda e a afeição dos outros. Infelizmente, entre estes dois períodos da nossa vida, quando somos fortes e capazes de cuidar de nós, negligenciamos o valor da afeição e da compaixão. Como a nossa própria vida começa e acaba com a necessidade da afeição, não seria melhor praticarmos a compaixão e o amor pelos outros enquanto somos fortes e capazes?"
As palavras acima são do atual Dalai Lama. Realmente é muito curioso ver que nos orgulhamos de nossa independência emocional. Claro, não é bem assim: continuamos precisando dos outros nossa vida inteira, mas é uma "vergonha" demonstrar isso, então preferimos chorar escondidos. E quando alguém nos pede ajuda, esta pessoa é considerada fraca, incapaz de controlar seus sentimentos.
Existe uma regra não escrita, afirmando que "o mundo é dos fortes", ou que "sobrevive apenas o mais apto". Se assim fosse, os seres humanos jamais existiriam, porque fazem parte de uma espécie que precisa ser protegida por um largo período de tempo (especialistas dizem que somos apenas capazes de sobreviver por nós mesmos depois dos nove anos de idade, enquanto uma girafa leva apenas de seis a oito meses, e uma abelha já é independente em menos de cinco minutos).
Claro, existem momentos que este fogo sopra em outra direção, mas eu sempre me questiono: onde estão os outros? Será que me isolei demais? Como qualquer pessoa sadia, necessito também de solidão, de momentos de reflexão.
Mas não posso me viciar nisso.
A independência emocional não leva a absolutamente lugar nenhum – exceto a uma pretensa fortaleza, cujo único e inútil objetivo é impressionar os outros.
A dependência emocional, por sua vez, é como uma fogueira que acendemos.
No início as relações são difíceis. Da mesma maneira que o fogo: é necessário conformar-se com a fumaça desagradável - que torna a respiração difícil, e arranca lágrimas do rosto. Entretanto, uma vez o fogo aceso, a fumaça desaparece, e as chamas iluminam tudo ao redor – espalhando calor, calma, e eventualmente fazendo saltar uma brasa que nos queima, mas é isso que torna uma relação interessante, não é verdade?
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As palavras acima são do atual Dalai Lama. Realmente é muito curioso ver que nos orgulhamos de nossa independência emocional. Claro, não é bem assim: continuamos precisando dos outros nossa vida inteira, mas é uma "vergonha" demonstrar isso, então preferimos chorar escondidos. E quando alguém nos pede ajuda, esta pessoa é considerada fraca, incapaz de controlar seus sentimentos.
Existe uma regra não escrita, afirmando que "o mundo é dos fortes", ou que "sobrevive apenas o mais apto". Se assim fosse, os seres humanos jamais existiriam, porque fazem parte de uma espécie que precisa ser protegida por um largo período de tempo (especialistas dizem que somos apenas capazes de sobreviver por nós mesmos depois dos nove anos de idade, enquanto uma girafa leva apenas de seis a oito meses, e uma abelha já é independente em menos de cinco minutos).
Claro, existem momentos que este fogo sopra em outra direção, mas eu sempre me questiono: onde estão os outros? Será que me isolei demais? Como qualquer pessoa sadia, necessito também de solidão, de momentos de reflexão.
Mas não posso me viciar nisso.
A independência emocional não leva a absolutamente lugar nenhum – exceto a uma pretensa fortaleza, cujo único e inútil objetivo é impressionar os outros.
A dependência emocional, por sua vez, é como uma fogueira que acendemos.
No início as relações são difíceis. Da mesma maneira que o fogo: é necessário conformar-se com a fumaça desagradável - que torna a respiração difícil, e arranca lágrimas do rosto. Entretanto, uma vez o fogo aceso, a fumaça desaparece, e as chamas iluminam tudo ao redor – espalhando calor, calma, e eventualmente fazendo saltar uma brasa que nos queima, mas é isso que torna uma relação interessante, não é verdade?
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quinta-feira, maio 03, 2007
Lições para 'o caminho' [Km 135]
Da solidão completa
...Lembro-me de um comentário feito durante o jantar: alguém que acabara de divorciar-se dizia "agora tenho toda a liberdade com que sempre sonhei." É mentira. Ninguém quer este tipo de liberdade, todos nós queremos um compromisso, uma pessoa para estar ao nosso lado vendo as belezas de Genebra, discutindo as visões da vida, ou até mesmo dividindo um sanduíche. Melhor comer metade de um que come-lo inteiro, sem ter alguém com quem compartilhar nada, nem mesmo um pouco de comida. Melhor ficar com fome do que ficar sozinho. Porque quando você está sozinho - e eu falo da solidão que não escolhemos, mas que somos obrigados a aceitar - é como se não fizesse mais parte da raça humana.
Começo a caminhar para o lindo hotel do outro lado do rio, com seu quarto super confortável, seus empregados atenciosos, seu serviço de primeiríssima qualidade. Daqui a pouco vou dormir e amanhã esta estranha sensação que - não sei por que razão - me atacou hoje, será apenas uma lembrança remota e estranha, porque não terei nenhum motivo para dizer: estou só.
No caminho de volta, cruzo com outras pessoas solitárias; elas tem dois tipos de olhares: arrogantes (porque querem fingir que escolheram a solidão nesta linda noite) ou tristes (porque entendem que não há nada pior na vida). Penso em conversar com elas, mas sei que têm vergonha da própria solidão. Talvez seja melhor que cheguem ao limite e então entendam que é preciso ousar, falar com estranhos, descobrir lugares para encontrar pessoas, evitar ir para casa e assistir TV ou ler um livro - porque se fizerem isso o sentido da vida estará perdido, a solidão terá se transformado em um vício, e a partir de então o longo caminho de volta em direção ao ser humano já não será mais encontrado.
Copyright © 2005 by Warrior of the light Todos os direitos reservados. All rights reserved.
...Lembro-me de um comentário feito durante o jantar: alguém que acabara de divorciar-se dizia "agora tenho toda a liberdade com que sempre sonhei." É mentira. Ninguém quer este tipo de liberdade, todos nós queremos um compromisso, uma pessoa para estar ao nosso lado vendo as belezas de Genebra, discutindo as visões da vida, ou até mesmo dividindo um sanduíche. Melhor comer metade de um que come-lo inteiro, sem ter alguém com quem compartilhar nada, nem mesmo um pouco de comida. Melhor ficar com fome do que ficar sozinho. Porque quando você está sozinho - e eu falo da solidão que não escolhemos, mas que somos obrigados a aceitar - é como se não fizesse mais parte da raça humana.
Começo a caminhar para o lindo hotel do outro lado do rio, com seu quarto super confortável, seus empregados atenciosos, seu serviço de primeiríssima qualidade. Daqui a pouco vou dormir e amanhã esta estranha sensação que - não sei por que razão - me atacou hoje, será apenas uma lembrança remota e estranha, porque não terei nenhum motivo para dizer: estou só.
No caminho de volta, cruzo com outras pessoas solitárias; elas tem dois tipos de olhares: arrogantes (porque querem fingir que escolheram a solidão nesta linda noite) ou tristes (porque entendem que não há nada pior na vida). Penso em conversar com elas, mas sei que têm vergonha da própria solidão. Talvez seja melhor que cheguem ao limite e então entendam que é preciso ousar, falar com estranhos, descobrir lugares para encontrar pessoas, evitar ir para casa e assistir TV ou ler um livro - porque se fizerem isso o sentido da vida estará perdido, a solidão terá se transformado em um vício, e a partir de então o longo caminho de volta em direção ao ser humano já não será mais encontrado.
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quinta-feira, janeiro 25, 2007
Lições para 'o caminho' [Km 121]
Ponha a sua cabeça em outra coisa, ou seus problemas dominarão o mundo inteiro
(Hazel Wolf, 101 anos)
Você não pode fazer duas coisas ao mesmo tempo. Assim, se estiver pensando em salvar o meio ambiente, você não estará pensando em si e nos seus problemas. Você sempre pode descobrir um jeito de ser útil, em vez de ficar em casa assistindo à tv. Ajude uma organização a fazer sua mala-direta (mailing). Preencha envelopes. Consiga assinaturas ou petições. Faça telefonemas para conseguir votos. Há sempre algo útil que você pode fazer.
Se você sair e conhecer pessoas jovens, naturalmente não vai se sentir sozinho quando seus amigos e parentes começarem a morrer. As gerações existem para serem "fluídas", como um rio, uma sucedendo a outra. Todas essas atividades e as amizades que vêm com elas evitam que você sinta pena de si mesmo e fique focando suas dores e seus males.
Copyright © 2002 by Wendy Lustbader ('O que vale a pena...' - 6.a Edição) Todos os direitos reservados. All rights reserved.
(Hazel Wolf, 101 anos)
Você não pode fazer duas coisas ao mesmo tempo. Assim, se estiver pensando em salvar o meio ambiente, você não estará pensando em si e nos seus problemas. Você sempre pode descobrir um jeito de ser útil, em vez de ficar em casa assistindo à tv. Ajude uma organização a fazer sua mala-direta (mailing). Preencha envelopes. Consiga assinaturas ou petições. Faça telefonemas para conseguir votos. Há sempre algo útil que você pode fazer.
Se você sair e conhecer pessoas jovens, naturalmente não vai se sentir sozinho quando seus amigos e parentes começarem a morrer. As gerações existem para serem "fluídas", como um rio, uma sucedendo a outra. Todas essas atividades e as amizades que vêm com elas evitam que você sinta pena de si mesmo e fique focando suas dores e seus males.
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sexta-feira, junho 09, 2006
Lições para 'o caminho' [Km 102]
"Na verdade, nossa casa nada mais é do que limites que colocamos entre nós e o mundo apenas para nos garantir um pouco da solidão e do sossego necessários à nossa paz e àquela cada vez mais rara privacidade que estamos nos acostumando a não ter."
(Ricardo Guimarães, 56 anos, presidente da Thymus e colunista da Revista Trip)
(Ricardo Guimarães, 56 anos, presidente da Thymus e colunista da Revista Trip)
quinta-feira, março 16, 2006
Lições para 'o caminho' [Km 090]
Ser como um rio que flui (2a. parte)
F) Somos únicos. Nascemos em um lugar que estava destinado para nós, que nos manterá sempre alimentados de água o suficiente para que, diante de obstáculos ou depressões, possamos ter a paciência ou a força necessária para seguir adiante. Começamos nosso curso de maneira suave, frágil, onde até mesmo uma simples folha pára nosso curso. Entretanto, como respeitamos o mistério da fonte que nos gerou, e confiamos em sua Eterna sabedoria, aos poucos vamos ganhando tudo que nos é necessário para percorrer nosso caminho.
G) Embora sejamos únicos, em breve seremos muitos. À medida que caminhamos, as águas de outras nascentes se aproximam, porque aquele é o melhor caminho a seguir. Então já não somos apenas um, mas muitos – e há um momento em que nos sentimos perdidos. Entretanto, como diz a Bíblia, “todos os rios correm para o mar”. É impossível permanecer em nossa solidão, por mais romântica que ela possa parecer. Quando aceitamos o inevitável encontro com outras nascentes, terminamos por entender que isso nos faz muito mais fortes, contornamos os obstáculos ou preenchemos as depressões em muito menos tempo, e com muito mais facilidade.
H) Somos um meio de transporte. De folhas, de barcos, de idéias. Que nossas águas sejam sempre generosas, que possamos sempre levar adiante todas as coisas ou pessoas que precisarem de nossa ajuda.
I) Somos uma fonte de inspiração. E portanto, deixemos para um poeta brasileiro, Manuel Bandeira, as palavras finais:
“Ser como um rio que flui
Silencioso no meio da noite
Não temer as trevas da noite
Se há estrelas no céu, refletí-las.
E se o céu se enche de nuvens
Como o rio, as nuvens são água;
Refletí-las também sem mágoa
Nas profundidades tranqüilas.”
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F) Somos únicos. Nascemos em um lugar que estava destinado para nós, que nos manterá sempre alimentados de água o suficiente para que, diante de obstáculos ou depressões, possamos ter a paciência ou a força necessária para seguir adiante. Começamos nosso curso de maneira suave, frágil, onde até mesmo uma simples folha pára nosso curso. Entretanto, como respeitamos o mistério da fonte que nos gerou, e confiamos em sua Eterna sabedoria, aos poucos vamos ganhando tudo que nos é necessário para percorrer nosso caminho.
G) Embora sejamos únicos, em breve seremos muitos. À medida que caminhamos, as águas de outras nascentes se aproximam, porque aquele é o melhor caminho a seguir. Então já não somos apenas um, mas muitos – e há um momento em que nos sentimos perdidos. Entretanto, como diz a Bíblia, “todos os rios correm para o mar”. É impossível permanecer em nossa solidão, por mais romântica que ela possa parecer. Quando aceitamos o inevitável encontro com outras nascentes, terminamos por entender que isso nos faz muito mais fortes, contornamos os obstáculos ou preenchemos as depressões em muito menos tempo, e com muito mais facilidade.
H) Somos um meio de transporte. De folhas, de barcos, de idéias. Que nossas águas sejam sempre generosas, que possamos sempre levar adiante todas as coisas ou pessoas que precisarem de nossa ajuda.
I) Somos uma fonte de inspiração. E portanto, deixemos para um poeta brasileiro, Manuel Bandeira, as palavras finais:
“Ser como um rio que flui
Silencioso no meio da noite
Não temer as trevas da noite
Se há estrelas no céu, refletí-las.
E se o céu se enche de nuvens
Como o rio, as nuvens são água;
Refletí-las também sem mágoa
Nas profundidades tranqüilas.”
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sexta-feira, maio 21, 2004
Lições para 'o caminho' [Km 018]
- Sobre a ingratidão
O guerreiro da luz sabe que ninguém é tolo, e a vida ensina a todos - mesmo que isto exija tempo.
Então ele trata seu próximo de acordo com as qualidades que vê, e procura mostrar a todo mundo o quanto cada um é capaz.
Alguns companheiros comentam: "existem pessoas ingratas".
O guerreiro não se abala com isto. E continua estimulando os outros, porque é uma maneira de estimular a si mesmo.
- Em busca de afeto
Um guerreiro da luz precisa de amor. O afeto e o carinho fazem parte de sua natureza - tanto quanto o comer, o beber, e o gosto pelo Bom Combate.
Quando o guerreiro não está feliz diante do pôr-do-sol, alguma coisa está errada.
Neste momento, o guerreiro interrompe o combate e vai em busca de companhia, para assistirem juntos ao entardecer.
Se tem dificuldades em encontrá-la, pergunta a si mesmo: "tive medo de me aproximar de alguém? Recebi afeto, e não percebi?"
Um guerreiro da luz usa a solidão, mas não é usado por ela.
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O guerreiro da luz sabe que ninguém é tolo, e a vida ensina a todos - mesmo que isto exija tempo.
Então ele trata seu próximo de acordo com as qualidades que vê, e procura mostrar a todo mundo o quanto cada um é capaz.
Alguns companheiros comentam: "existem pessoas ingratas".
O guerreiro não se abala com isto. E continua estimulando os outros, porque é uma maneira de estimular a si mesmo.
- Em busca de afeto
Um guerreiro da luz precisa de amor. O afeto e o carinho fazem parte de sua natureza - tanto quanto o comer, o beber, e o gosto pelo Bom Combate.
Quando o guerreiro não está feliz diante do pôr-do-sol, alguma coisa está errada.
Neste momento, o guerreiro interrompe o combate e vai em busca de companhia, para assistirem juntos ao entardecer.
Se tem dificuldades em encontrá-la, pergunta a si mesmo: "tive medo de me aproximar de alguém? Recebi afeto, e não percebi?"
Um guerreiro da luz usa a solidão, mas não é usado por ela.
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