Já que o termo 'karma' parece ter entrado no vocabulário cotidiano, talvez valha a pena esclarecer um pouco o conceito. 'Karma' é uma palavra sânscrita que significa "ação". Designa uma força ativa, significando que o resultado dos acontecimentos futuros pode ser influenciado por nossas ações. Supor que 'karma' seja uma espécie de energia independente que predestina o curso de toda a nossa vida é incorreto. Quem cria o 'karma'? Nós mesmos. O que pensamos, dizemos, fazemos, desejamos e omitimos cria o 'karma'. À medida que escrevo, por exemplo, a própria ação cria novas circunstâncias e causa algum outro acontecimento. Minhas palavras causam uma reação na mente do leitor. Em tudo o que fazemos existe causa e efeito, sempre causa e efeito. Em nossa vida diária, a comida que ingerimos, o trabalho que realizamos e o nosso descanso, tudo é a função da ação: nossa ação. Isso é o 'karma'. Não podemos, portanto, sacudir os ombros sempre que nos defrontarmos com o sofrimento inevitável. Dizer que todo infortúnio é mero resultado do 'karma' equivale a dizer que somos totalmente impotentes diante da vida. Se isso fosse verdade, não haveria motivo para se ter qualquer esperança. O melhor seria rezar pelo fim do mundo.
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